domingo, 30 de janeiro de 2011

Dilema

Ontem escrevi, dancei, corri, chorei, fiz tudo
Fiz tudo o que podia para não deixar nada para hoje.
Mas, hoje o que tenho para fazer?
Se tudo o que já foi feito não pode ser feito outra vez.
Como poderei escrever música se a música já foi inventada,
Como poderei eu tocar piano se tudo o que havia para tocar já foi inventado?
Como escreverei mais poemas se a sorte infame protege os audazes
Que já produziram e realizaram mil e um feitos neste mundo?
O que poderei fazer eu hoje?

Ontem não escrevi, não dancei, não corri, não chorei, não nada.
Não fiz rigorosamente nada para deixar tudo para amanhã.
Mas, se não tiver tempo para fazer?
Se tudo o podia fazer hoje não foi feito.
Como poderei escrever sem as palavras?
Como poderei tocar sem música?
Como poderei sentir o mais puro sentimento se nem,
A Humanidade reconhece o bem do mal?

Sempre fui mais um homem,
Sempre sou mais um homem,
Nunca passarei de ser mais um homem,
Que vive preso a um futuro imenso de erros e pecados, de desespero e solidão.
Já fui ridículo, gozado, ultrajado aos olhos de quem
Nunca foi gozado, ultrajado ou ridículo (pelo o menos em publico)
Já posso ter sido isso tudo mas comigo nunca o fui.
Já posso ter feito tudo o que havia para fazer e já posso ter feito nada,
Em vez de fazer o que devia, mas nunca perdi tempo em fazer
O que os outros querem que eu faça.
Como poderei eu ter lugar entre os Senhores?
Tão fortes e honestos como dizem, que nunca fizeram mal uma mosca.
E eu? Um simples homem, o que tem para fazer?
(Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje!)
Será? E se amanhã ficar sem nada para fazer porque tudo o que havia para fazer já foi feito?
Eu penso, volto a pensar e penso novamente.
Nada do que possa vir a fazer pode ser feito quando quero.
Nada do que possa vir a fazer pode ser feito quando menos quero.
Mas, tudo o que eu realmente tenho para fazer vai ser feito quando eu realmente quiser,
Porque a vida, não é o que já foi feito, mas sim o que há para fazer!


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Esquissos de uma vida...

Uma vida paralela a uma estrada longa,
A mente é fraca, e pouco pensa nesta sociedade.
Pintam telas sobre o azul esquecido do mar.
Pintam telas de mentiras onde a única verdade que existe,
É a simples razão, do nada.
Esquissos esquecidos de um mundo perfeito,
Sem paradoxo, ao mais puro ser,
Sem paradoxo, á mais pura realeza do ser;
Porque para ser o que somos nada temos que fazer,
Basta-nos apenas, ser,
E ser o que somos nem sempre é fácil.

Olho pela janela do meu quarto, fria e crua
Como a vida é vista aos olhos de muitos.
Mas aquece com a minha respiração,
E torna a janela quente e molhada.
Torna a janela escorregadia e enublada
Como toda a minha vida.

Por mais que escreva nesta simples e traumática prosa.
Nunca conseguiria fazer rimar o mais pequeno verso.
Não conseguiria por a rimar as palavras que se encontram no fim de cada estrofe,
Pois o conteúdo, é mais que o fim
(E se rimarmos no meio? Quem quer saber do fim?)
(E se vivermos bem? Quem quer saber da nossa morte?)
Seremos lembrados pelo conteúdo e pelo desenvolvimento,
Não pelo fim e pelo alento;
Que fiz ao conseguir por a rimar,
A primeira letra da minha vida,
E a melhor sensação do mundo…Amar!


Tiago Mindrico