segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O vento contou-me!

Não sou, nunca fui, nunca serei
O que desejei ser.

(Eu sou como as folhas que se partem em mil pedaços,
No chão da calçada, onde são pisadas vezes sem conta.
Eu sou o mais simples floco de neve,
Que se agarra ao chão, derrete e torna-se novamente água.)

Escrevo esta carta em memória dos dias, dos anos, dos meses,
Que passei a ler contos inesqueciveis, sobre principes e fadas.
Quando passava horas a escutar a Simphonia da amizade no seu resplanescer,
E a sua melodia de sétimas e com consoantes em vez de vogais.
Ouvi dizer que o escritor é algo que nunca foi, algo que nunca imaginou ser,
Que um escritor escreve tudo o que imagina e torna real o seus desejos.
Eu que já sonhei ser eu, não consigo tornar real o simples desejo de ser eu.
Posso não ser escritor.
Posso não ser poeta.
Posso não ter sentimentos.
Mas ser algo que fui e que sonhei ser, é como escrever sem linhas.
Construir o mais belo olhar sobre a mais podre pele.
Esboçar o sorriso numa folha rota.

O vento ontem disse-me que nunca foi o que quis
O seu sonho era poder andar, o seu real sonho era poder falar.
Perguntei á chuva se queria chover,
Perguntei á Lua se queria nascer á noite,
Até perguntei ao Mundo se queria viver.
Não obtive resposta...
Apenas ouvia o vento nos cantos das janelas.
Buhhh!...Buhh!...Buhh!
Deixei-o entrar!
Abri a janela e de lá vi,
Uma mulher a chorar.
Como podeira estar uma pessoa a chorar?
Como poderia estar alguém sentado na calçada a olhar para o céu a chorar?
Será que morreu alguém? - pensei

(Nestes versos infindaveis, econtrei o que desejava.
Encontrei a grotesca ideia de despertar em vós
O mais puro sentimento de culpa, de odio e de reflecção...)

“A mulher chorava porque queria voar!”

(Nunca mais vi tal pessoa,
Foi o milagre do século ,
Dizem que evaporou como a água,
Do nada, voou!)

Hoje embalo esta história triste
Embalado pelo vento
Embalado por todas as coisas errôneas neste mundo...

Hoje sou embalado pela mulher
Que se tornou vento
E que hoje deseja, andar....

(Só damos valor ao que realmente gostamos
Só damos valor ao que realmente amamos
No fim de o termos e deperdiçarmos.)



8 comentários:

Anónimo disse...

Simplemente adorei, a tema e o significado do poema estao fantasticos.

Unknown disse...

está de sonho!

Diana disse...

Mesmo Tiago, muitas vezes é precisso perdermos as "coisas" para ver-mos o verdadeiro significado que elas têm para nós.

Raquel disse...

amei, e fui eu que dei o tema hahah
obrigaste me a escrver par fazeres algo que ficou espetacular=)
porfavor continua

Anónimo disse...

A Raqel obrigou-me a comentar.. É óptimo ver que tens pessoas que te apoiam deste modo.
Acerca do poema, do que já li até agora, de todos os teus trabalhos que já tive o prazer de ler, este eleva a fasquia.
Noto grandes avanços na qualidade de escrita, pois esta além de estar bem estruturada, tem um significado por detrás desta história e uma subtil lição de moral.
Em suma, excelente, continua pois vais no bom camninho. ;)

Danny

Anónimo disse...

Muito bem visto Diana, mas não me parece que tenhas perdido algo, com o teu sorriso e a tua beleza, não perderias nada nunca. Bem, mas quanto ao poema, está muito bom rapaz, continua.
Ass. Alguém atento rsrs

Anónimo disse...

Rapaz tens imenso talento, gostei!:)

Sara Prata

Unknown disse...

Obrigado por todos os comentários positivos ! Obrigado por lerem... Vou continuar a fazer mais e melhor (tentar xD ) mas obrigado por tudo ! ....

Tem um bom dia ;)